quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Suspensão da Audiência pública do PEMC:
O PEMC não é unanimidade
Virada de mesa na audiência pública
Audiência pública do PEMC
Morro do Chapéu- Auditório da Filarmônica Minerva.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Veja o link
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1027610/decreto-12810-11-bahia-ba
Estudos ambientais e propostas de novas poligonais já foram realizadas pela UEFS e devem ser utilizadas.
terça-feira, 3 de maio de 2011
Os novos cangaceiros
Há muitos anos, Morro do Chapéu sofreu uma invasão de cangaceiros. A população da cidade, sitiada, teve que ceder aos bandidos o já minguado fruto das lavras hoje vazias. Atualmente a maior riqueza do município é a pujante natureza que cerca a sua sede. Contudo, depois de tanto tempo, eis o município invadido novamente, novamente sitiado. Não é o cangaço agora, desta vez é o próprio governo do estado. Os novos sitiadores, legalizados através de um decreto elaborado e outorgado à revelia da sociedade informada, extinguiram o Parque Estadual de Morro do Chapéu. Isso depois de várias décadas de sua criação, tempo em que cabia ao próprio governo do estado estabelecer sua poligonal, que deveria desapropriar e indenizar os proprietários, que deveria proteger a área de novos invasores, este mesmo Governo do estado nada fez demonstrando completo desinteresse pelo PEMC. Agora, diante da possibilidade de lucros exorbitantes gerados pela implantação do parque eólico, cuja produção de energia limpa é desejável e sua implantação no município não encontra quem desaprove, o Governo do estado, de forma irresponsável decide extinguir o PEMC com o objetivo explícito de instalar o referido parque eólico nele, sujando, desta forma, aquela energia tão desejada. Aqueles que não providenciaram a completa instalação do PEMC, pensando que desta forma protegeriam os pequenos proprietários e os invasores, agora vêem hordas de encapuzados ameaçando-lhes a integridade física para que entreguem suas propriedades à especulação imobiliária. Depois de tanto tempo, eis a população de Morro do Chapéu novamente sitiada e agora ela terá que ceder sua jóia mais preciosa: o PEMC, uma área com uma biodiversidade única, com um dos maiores acervos de arte rupestre do estado da Bahia, que protege a nascente de rios tributários da Bacia do Paraguaçu e do São Francisco.
Prof. Dr. Flavio França
Biólogo
domingo, 24 de abril de 2011
parque,.
Parque Estadual de Morro do Chapéu - BA
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Será que a área destinada à estação eólica é no Parque de Morro do Chapéu? Por isso o decreto de extinção do PEMC?
A energia eólica a ser gerada vale a extinção de várias espécies de fauna e flora endêmicas, o valor inestímável de artes rupestres ainda não totalmente catalogadas e, principamente, a degradação de tantas nascentes de importantes rios que cortam o semiárido baiano como o Jacuípe, Jacaré e Salitre, sem contar o impacto visual de uma obra dessa natureza?
Vamos ser racionais!!!! Busquemos uma racionalidade ambiental e não apenas econômica.
Vejam o site:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/894936-aneel-preve-leilao-de-transmissao-de-energia-para-20-de-maio.shtml
Vejam o link:
http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2656011/mp-quer-revogacao-de-decreto-que-extinguiu-o-parque-estadual-morro-do-chapeu
terça-feira, 19 de abril de 2011
A região de Morro do Chapéu é alvo de pesquisa arqueológica científica desde a década de 1960. Pioneiro neste trabalho, o Arqueólogo Valentin Calderón foi o fundador de uma longa linha de investigação tendo registado dezenas de sítios arqueológicos pré-históricos na área. Desde então sabe-se da existência de uma presença indígena não apenas ancestral e duradoura, mas multi-cultural, sendo as terras altas e de clima ameno da Chapada Diamantina o local ideal tanto de grupos que adaptaram suas estratégias de sobrevivência ao eco-sistema local, quanto para grupos que, embora habitassem as terras baixas, faziam do planalto da Chapara sua região de caça e de deslocações migratórias sazonais.
Embora haja na região uma diversidade de sítios arqueológicos que envolvem sítios de habitação, oficinas líticas, sítios funerários, barreiros de extração e fabricação cerâmica, pedreiras para extração de matéria prima lítica, etc, são os sítios de arte rupestre os que mais saltam aos olhos.
Segundo Prous (1992:510) entende-se por Arte Rupestre, as pinturas e gravuras deixadas pelo homem em suportes fixos de pedra. Na região do Parque Estadual de Morro do Chapéu há centenas de sítios de arte rupestre, com predominância para sítios de pintura.
Após o falecimento de Calderón a área tem sido estudada por equipes de arqueólogos tanto de instituições locais como de outros estados. Sua arte é tema de um bom número de teses sobre o assunto tanto de pesquisadores baianos quanto de outros estados e até de outros países. Para além do que já foi estudado há um sem-número de sítios por descobrir.
O Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) cataloga dezenas de sítios pré-históricos na região e estes dados estão disponíveis para qualquer pessoa tanto on line quanto mediante solicitação junto aos serviços do Instituto. Uma vez inseridos nestes catálogos, os sítios passam a ser considerados bens patrimoniais da União segundo a Lei 3.924/61 e lhes é garantida proteção legal.
Faz-se necessário uma consulta à tutela, mais especificamente à superintendência estadual do IPHAN na Bahia para saber se as medidas atentadas pelo governo estadual são legais. Não creio que o governo do estado possa por e dispor (e detruir) o patrimônio da União. Segundo o Decreto nº 6.844, de 7 de maio 2009 cabe à superintendênia estadual “analisar, aprovar, acompanhar, avaliar e orientar projetos de intervenção em áreas ou bens protegidos pela legislação federal”. Se o risco de destruição for mesmo iminente, cabe denúncia à Polícia Federal que tem autoridade para agir quando os bens da União estão ameaçados ou em processo de dilapidação.
O IPHAN e suas superintendências são órgãos que primam pelo rigor e cujo trabalho sempre testemunhei ser eficiente e zelar pelo interesse do patrimônio. Sugeriria aos colegas da UEFS uma consulta oficial sobre o assunto junto à superintendência do IPHAN na Bahia.
Claudia Cunha
Arqueóloga
segunda-feira, 18 de abril de 2011
NÃO À REVOGAÇÃO DO DECRETO 7413 DE 1998!!!
sábado, 16 de abril de 2011
sexta-feira, 15 de abril de 2011
O decreto de criação do Parque Estadual de Morro do Chapéu (PEMC) foi revogado recentemente (12 abr 2011) pelo governo do Estado da Bahia. Este ato pode prejudicar a proteção de espécies que só ocorrem nesta área de preservação integral como Mimosa morroensis, além de ameaçar a preservação de um valioso acervo de arte rupestre. O PEMC apresenta nascentes de importantes tributários do São Francisco, como o Rio Salitre, sendo ainda essencial para a manutenção do rio Jacuípe, significativo tributário do Rio Paraguaçu. O PEMC é estratégico para a preservação de áreas protegidas por lei federal como a Gruta dos Brejões. Entre as alegações apresentadas no decreto 12744, que simplesmente revoga o PEMC, está a ausência de estudos sobre a sua poligonal. Esta afirmação é falsa, uma vez que o próprio governo estadual financiou uma equipe de pesquisadores que estudaram o PEMC em 2008, apresentando relatório que, inclusive, propunha a ampliação dos limites do Parque. Além destes dados técnicos, a sociedade civil deve indignar-se com o fato de uma área de preservação permanente ser revogada com um ato relativamente simples do executivo, sem discussão, sem levar em consideração fatos técnicos, o que configura um ato imoral.
Prof. Dr. Flavio França
DCBIO/UEFS